Um retrato da alma

Estou lendo The Soul of the World (A Alma do Mundo), do filósofo inglês Roger Scruton. O livro é difícil, mas o esforço vale a pena. Este trecho, onde ele discute o conceito de pessoa, dá uma amostra:

“Como pode a pessoa, a quem conheço como uma unidade contínua de meus primeiros dias até hoje, ser idêntica à carne em decadência a que outros se dirigiram através de todas as mudanças? Esta é a questão que Rembrandt explorou em sua série de autorretratos ao longo da vida. Para Rembrandt, a face é o lugar onde o eu e a carne se mesclam e onde o individual se revela, não apenas na vida que brilha na superfície mas também na morte que cresce nas rugas. O autorretrato de Rembrandt é aquela coisa rara - um retrato do eu. Ele mostra o sujeito encarnado no objeto, abrangido por sua própria mortalidade e presente como a morte na borda incompreensível das coisas”.


Basta olhar alguns quadros em sequência para entender. Aquilo que todos têm em comum é a alma de Rembrandt.


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